American Pit Bull Terrier

American Pit Bull Terrier

No decorrer do século XIX, criadores na Inglaterra, Irlanda e Escócia começaram a experimentar cruzamentos entre Buldogues e Terriers em busca de um cão que combinasse a esportividade do Terrier com a resistência e atletismo do Buldogue. O resultado foi um cão que reunia em si todas as virtudes dos grandes guerreiros: resistência, coragem indomável e gentileza com os que ama. Os emigrantes levaram estas cruzas de Bulls e Terriers para os Estados Unidos. Os  diversos talentos do American Pit Bull Terrier não passaram despercebidos pelos fazendeiros e rancheiros que os utilizavam para proteção, na captura do gado semi-selvagem e de porcos, como ajudante nas caçadas, cães pastores e como companhia para suas famílias. Atualmente, o American Pit Bull Terrier continua demonstrando sua versatilidade, participando com sucesso em campeonatos de Obediência, Faro, Agility, Proteção e Tração, bem como de conformação.

A história do American Pit Bull Terrier tem a mesma raiz da do American Staffordshire Terrier, sendo comum a afirmação de que se trata de um mesmo cão que seguiu caminhos diferentes a partir do desenvolvimento da cinofilia que trouxe um novo foco para a criação de cães: as exposições de conformação. Foi este enfoque que traçou os rumos da posterior divisão das duas raças, colocando de um lado os criadores que buscavam um maior aprimoramento da beleza e estrutura física dos cães e ao mesmo tempo uma diminuição da agressividade dos cães e que trabalharam para o surgimento do o American Staffordshire Terrier e, de outro os criadores que procuravam cães que fossem valorizados por características essenciais a um bom lutador: coragem, agressividade, resistência, capacidade de lutar e morder.

As duas raças possuem como ancestral comum o Staffordshire Bull Terrier, uma raça bastante antiga, cuja origem está vinculada à região de Staffordshire na Inglaterra. Estes cães, extremamente versáteis e populares, foram introduzidos nos Estados Unidos pelos imigrantes ingleses e viraram grandes estrelas das rinhas que ganhavam muitos adeptos no final do século XIX. A chegada dos cães aos Estados Unidos, no entanto, marcou também o início da transformação do Staff Bull no American Staffordshire Terrier, que teve seu tamanho aumentado graças aos acasalamentos promovidos pelos criadores, que buscavam um cão maior e mais forte. Apesar desta antiguidade, só foi aceito como raça independente em 1936. Um dos primeiros cães a serem aceitos pelo AKC foi Pete the Pup, (nome ‘verdadeiro’ de Lucenay's Peter) e que ficou muito famoso como personagem do seriado cômico "Our Gang" no início dos anos 30.

 

Em 1835, com a proibição das rinhas, é que deu-se realmente a dissociação entre os criadores e apartir daí surgem o American Staffordshire Terrier e o American Pit Bull Terrier. Em 1898 o United Kennel Club (UKC) reconheceu o primeiro exemplar da raça e em 1909 foi fundado nos Estados Unidos a ADBA (American Dog Breeders Association), uma associação exclusiva de criadores da raça Pit Bull. Estas entidades independentes do American Kennel Club foram as principais responsáveis pelas diretivas para aqueles que pretendiam manter o Pit Bull "original", privilegiando seu temperamento valente e determinado.

Se de um lado foi justamente este temperamento valente e determinado que fez crescer o interesse pela raça por criadores sérios e conscientes, de outro atraiu uma legião de criadores e proprietários desinformados e irresponsáveis que incentivavam comportamentos extremamente agressivos e que não tinham qualquer controle sobre seus cães. Esses cães - descontrolados e que não possuíam as boas qualidades de temperamento dos Pit Bulls protagonizaram inúmeros acidentes graves e colocaram a raça na berlinda, sendo alvo de inúmeros protestos e ensejando a criação de leis completamente absurdas que propunham a simples extinção da raça.
 
Apesar de crescente popularidade destes cães, nenhuma das três grandes entidade cinófilas internacionais - AKC, The kennel CLub (Inglaterra) e FCI (à qual o Brasil é filiado) reconhecem o Pit Bull.

Enquanto os American Staffordshire Terrier podem receber registros como Pit Bull o inverso não é possível. No Brasil, onde a CBKC criou um Grupo especial para as raças não reconhecidas pela FCI, os Pit Bulls recebem um pedigree diferenciado, procurando preservar o trabalho dos criadores e incentivar a presença destes cães nas exposições de Beleza.

No Brasil, os primeiros núcleos e tentativas dos criadores da raça de se organizar para proteger a raça começaram em 1996. De lá para cá muitos clubes regionais foram criados com o objetivo de disseminar informações corretas sobre a raça, promover atividades como os Game Dog, e organizar o registro dos filhotes.

 

 

O Pit Bull é um cão extremamente forte e resistente, ágil e determinado. Muito fiel ao seu dono e às pessoas da casa, é um cão que aprende com relativa facilidade mas que, como bom membro da família dos Terriers pode ser bem teimoso.

Apesar de se caracterizar pela valentia e pela determinação, o Pit Bull não deve ser agressivo com as pessoas da casa e mesmo com estranhos deve se mostrar calmo e equilibrado caso não haja ameaça real ao seu dono.

A aptidão que apresenta para os esportes fizeram com que as entidades ligadas à raça desenvolvessem provas específicas que visavam promover e incentivar a criação da raça nos seus melhores atributos. Atualmente existem diversos clubes que organizam eventos específicos como o Game Dog que envolvem provas de resistência, força e agilidade. Além disso, os Pits são especialmente indicados para proprietários dispostos a ter uma rotina de exercícios. Pode se dar muito bem como praticante de agility ou apenas como acompanhante em corridas diárias e cooper. Já o convívio com outros cães, inclusive os da própria raça, é quase impossível, mesmo que hajam variações de acordo com as linhagens envolvidas. De maneira geral considera-se viável manter 2 pits juntos desde que seja de sexo diferente e que, de preferência, convivam desde cedo. 

O Pit Bull não é um cão que preocupe muito seus donos com relação à sua saúde. Além de seu pelo curto exigir poucos cuidados para se manter limpo, não há registros de problemas específicos da raça. Como todas as raças de crescimento rápido e forte musculatura, pode apresentar displasia coxo-femural. Caso vá adquirir um filhote, dê preferência aos criadores que façam controle de displasia dos pais e que tenham sido aprovados pelas radiografias.

o American Pit Bull Terrier deve ser tanto poderoso quanto ágil, portanto, o seu peso e sua altura são menos importantes do que a correta proporção entre altura e peso. O peso desejável de um macho adulto em boas condições oscila entre 15,87 kg e 27,21 kg. O peso desejável para a fêmea madura, em boas condições, oscila entre 13,60 kg e 22,67 kg. Cães acima dos pesos  mencionados não devem ser penalizados a não ser  que sejam desproporcionalmente pesados ou pernaltas.