Cão de Bestiar

Cão de Bestiar

 

Cão de Bestiar é também conhecido como Ca de Bestiar, que em catalão significa, "cão de gado" ou ainda Pastor Maiorquino (Perro de Pastor Mallorquín).
A história desta raça não está bem documentada e não se sabe muito sobre ela. O que se sabe é que se originou nas Ilhas Baleares (arquipélago cuja maior ilha é Maiorca). Acredita-se que a raça descende de cruzamentos de Alanos com cães menores, e que tem algum parentesco filogenético com o Cão de Castro Laboreiro.
Antigamente estes cães eram usados para cuidar e guiar rebanhos de ovelhas, e também como guardiões e  protetores.
Hoje em dia, entretanto, a raça é praticamente desconhecida fora de seu país de origem, sendo inclusive considerada como uma raça em perigo de extinção.
Cão de perfil subconvexo, grande porte, mas moderado, peso médio em torno de 40 kg, totalmente preto ou com uma mancha branca no peito, bem proporcionado, rústico, forte musculoso, robusto e ágil, com pêlo longo ou curto, sendo mais frequente o segundo que a variedade pêlo longo.
Cabeça: de perfil ligeiramente triangular, vista de cima, mais larga na parte superior que na inferior. Massuda sem ser pesada. Suficientemente ampla. Bem modelada e proporcionada ao tronco, deve ter bom volume sem ser do tipo molossóide. A cana nasal é paralela à linha superior do crânio. Linhas superiores do crânio e do focinho levemente divergentes. O comprimento da cabeça deve ser igual ao do pescoço.
Olhos: de tamanho mais para pequenos, ligeiramente amendoados, inseridos no plano da pele, moderadamente separados, centrados, ligeiramente oblíquos, vivazes. Cor entre a do mel de romero (algo claro) e o mel de algarroba (escuro). De expressão enigmática, com olhar inteligente e triste, quando se observa inclusive a desconfiança. Pálpebras finas negras e oblíquas, bem ajustadas ao globo ocular.
Focinho: largo e bem forte, não deve ser pontiagudo, porem deve acentuar-se tanto na altura quanto na largura à medida que se aproxima das órbitas. Na variedade “ca cabrer” mais pontiagudo. Linha superior subconvexa. O perfil dos ossos mandibulares é reto na face inferior.
Trufa: úmida, fresca, preta, grande com narinas bem abertas, sem fender-se.
Lábios: pretos. O superior oculta completamente o inferior com a boca fechada. A comissura labial pouco acentuada sendo imperceptível por estar bem proporcionada à cabeça. Palato preto.
Dentes/ Mordedura: muito brancos, bem desenvolvidos e bem inseridos, com oclusão em tesoura e os incisivos superiores formando verdadeira presa com os caninos inferiores. Molares desenvolvidos.
Orelhas: Dobradas, de reduzidas dimensões em relação à cabeça, triangulares, com sua extremidade alcançando o lacrimal do olho do mesmo lado, isto é, aproximadamente igual ao comprimento do crânio; íntegras, algo grossas, de inserção alta, com a ponta ligeiramente afastada do crânio, com uma dobra longitudinal e outra transversal, aproximadamente, no primeiro terço. O porte é, normalmente, dobradas e caídas um pouco afastadas das faces. Lançadas para trás, em repouso; levantando-as na dobra transversal, afastando-as das faces não mais que o habitual, em atenção.
Massudo, musculoso, forte e proporcional à cabeça e ao tronco. Grosso com escassa barbela, cilíndrico, seu diâmetro se acentua mais na base. Pele dura e elástica, de espessura moderada, bem ajustada ao pescoço na sua parte superior e laterais, algo mais solta na face ventral
Linha superior: reta, horizontal, jamais selada. Lombo largo e potente.
Cernelha: marcada e de altura mínima igual à da garupa, com a região interescapular larga e forte.
Dorso: reto.
Lombo: Algo estilizado, deve dar a impressão de agilidade.
Garupa: mediana, ligeiramente arredondada, ampla, potente e musculosa, nunca proeminente nem caída.
A região dorsal da garupa deve estar na mesma altura da cernelha. Sua largura inter-ilíaca deve ser igual ao comprimento ilíaco-isquiático.
Peito: amplo e profundo, atingindo no máximo o nível do cotovelo; de largura aproximadamente igual ao comprimento do pescoço; bastante profundo sem ser proeminente, com o esterno ligeiramente pronunciado. O perímetro torácico é aproximadamente de uns centímetros mais que a altura na cernelha, nos machos adultos, medido junto à cernelha por trás dos cotovelos.
Costelas: moderadamente arqueadas.
Ventre: medianamente volumoso, ligeiramente recolhido, nunca esgalgado nem descido que se confunda com a continuação do esterno.
A cauda é Íntegra, de inserção horizontal e seção circular, mais grossa na raiz. A uns 8 cm da raiz sua linha inferior se achata em uns 10 cm de seu comprimento, para em seguida continuar com a seção circular decrescente até a extremidade. Seu comprimento deve alcançar, no mínimo, o nível dos jarretes, sem jamais roçar no solo. Sem plumagem ou franja, ainda que se autorize, se for leve, nos exemplares de idade avançada. Na variedade de pêlos longos, deve ter franjas abundantes e longas. 
Porte da cauda: em repouso, naturalmente caída ou ligeiramente curvada para fora, roçando levemente os jarretes, considerando-se defeito grave se a ponta tocar o solo. Ondulante e levantada acima da horizontal em forma de foice, sem ser enroscada, quando em movimento.
Fortes, aprumos corretos, visto de frente e de perfil paralelos entre si. Verticais.
Ombros: oblíquos e fortes. Angulação escápulo-umeral igual a 115º.
Braço: braço de comprimento igual ao da escápula. Angulação úmero-radial igual a 130º
Cotovelos: cotovelos trabalhando bem ajustados rente ao tórax e corretamente direcionados para a frente
Antebraço: antebraço forte, bem angulado vertical.
Carpos: padrão não comenta.
Metacarpos: metacarpos curtos e ligeiramente inclinados.
Patas: quase de lebre (um pouco mais curtas e largas que essas) com dígitos semi-altos e semi-arqueados, compactos com as almofadas plantares muito duras e pretas. Sem a membrana palmípede acentuada.
Musculosos, fortes; aprumos corretos com os jarretes pouco pronunciados, de angulação muito aberta. Com relevos musculares atenuados e duros. A altura do jarrete é, aproximadamente, algo menor que o terço da altura na cernelha.
Coxas: fortes e musculosas; angulação coxofemoral igual a 115º (o mesmo que a angulação escápulo-umeral).
Joelhos: angulação femoro-tibial igual a 130º (o mesmo que a angulação úmero-radial).
Pernas: longas e potentes.
Metatarsos: angulação do jarrete igual a 135º.
Jarretes: bem marcados.
Patas: quase de lebre, com chanfrado, dígitos semi-arqueados e juntos. Almofadas plantares duras e pretas. Sem a membrana palmípede acentuada. Podendo nascer com ou sem ergôs, se presentes deverão ser amputados. Unhas arqueadas, duras e pretas.
Sua maneira de andar deve ser firme e elegante. O trote em diagonal inclinando ligeiramente o terço posterior, com referência ao anterior. Galope fluente, rústico, rápido, com os membros posteriores bem separados na base com o solo, colocando-as por fora dos membros anteriores, como se estivesse dando saltos. O passo preferido e o de trabalho é o galope.
 
A pele é elástica, sem pregas, dura e cinza claro e a pelagem curta e bem assentada, com seu comprimento oscilando em torno de 1,5 a 3 cm no lombo, com subpêlo muito fino, de pouca espessura e bem assentado à pele.
Na variedade de pêlo longo, o pêlo poderá ser ligeiramente ondulado no lombo e de um comprimento maior que 7 cm, de acordo com a época do ano, correspondendo a maior no inverno, com subpêlo bem distribuído e de pouca espessura, aumentando o pêlo em seu comprimento normal na franja da cauda, ponta das orelhas e face posterior dos membros. Em
ambas as variedades, deve ser suave, duro e bastante fino.
A única admitida é a preta, em suas variedades de azeviche, normal e “peceño”. O branco é admitido somente no peito, em forma de gravata fina embaixo do pescoço e patas, despontando de acordo com a visibilidade nas unhas e pontas dos dígitos. O preto azeviche uniforme é o mais apreciado, desmerecendo o preto comum e o “peceño”.
A altura na cernelha varia,  nos machos, entre 66 e 73 cm. Nas fêmeas, a altura varia entre 62 e 68 cm.
De estrutura média, aceitando-se nas fêmeas um diâmetro longitudinal até 3% maior que sua altura na cernelha. Tipo: subhipermétrico, mediolíneo, subconvexo.
 
Cão de pastoreio, guarda e defesa, de grande nobreza, de um único dono que aceita com dificuldade as solicitações de estranhos. Inteligente, dócil, carinhoso, tímido ao extremo e reservado em sua juventude, seu sentimentalismo chega a limites insuspeitos. Valente e intrépido, É fiel a seu dono até a morte. Se observarmos seu olhar teremos a sensação que está pensando.